segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ensino e aprendizagem: antevisão de modelos pedagógicos


Embora podendo ocorrer ensino na ausência da intenção, como referi no post anterior, quando formalmente organizado – num sistema educativo – as escolas estão vocacionadas para os atos de ensino propositadamente preparados, para produzirem aprendizagem. As escolas são, pois, contextos em que é claro tanto quem ensina, como o que ensina e a quem ensina. Por isso, na sala de aula, em temos genéricos, ocorre ensino; em termos específicos ocorre ensino quando a atividade que envolve professor e alunos é conduzida de maneira a que estes aprendam. Este é o fim último a que se destina o trabalho do professor: gerar aprendizagens.
É inegável que a democratização do ensino aliada ao progresso propiciou o acesso simples, rápido e generalizado do conhecimento. A mudança ocorrida nas formas de aprender refletiu-se, ou deveria refletir-se, na maneira de ensinar. O papel do professor, enquanto transmissor de conhecimentos passou a facilitador/propiciador de conhecimentos especializados, mas também de desafios, de experiências e de práticas. Esse novo paradigma de ensino/aprendizagem aponta no sentido de ensinar para pensar, “para aprender a aprender”, em vez de ensinar para instruir apenas. Resulta dessa aceção, que as aprendizagens terão de ser, obrigatoriamente significativas para os alunos, ou por outra, aprende-se melhor quando se sabe o porquê e para quê.
Como referi anteriormente, o progresso e o grande avanço tecnológico, propiciou o acesso à informação de forma generalizada, rápida, intuitiva, à distância de um simples toque. Essa constatação remete-nos a questões debatidas anteriormente, em que o papel do professor é posto em causa e onde a resistência à mudança é vista como uma espécie de “instinto de sobrevivência” a falar mais alto.
A introdução das Tecnologias da Informação e Comunicação colocaram à disposição de professores e alunos um mundo de possibilidades. Porém, como refere Goulão (2012), a “utilização das TIC per si não é suficiente para garantir a inovação e uma efetiva aprendizagem” (p.15). Esta afirmação torna legítima a questão que se coloca a seguir: Haverá máquinas de ensinar ou outras formas de ensino sem professor?
Em jeito de conclusão, pode-se afirmar que as máquinas e os livros não têm como intenção ensinar, logo, podem apenas ser instrumentos de ensino quando utilizados como métodos didáticos do ato de ensinar. Podemos considerar que se a máquina de ensinar estiver programada para a indicação do que se pretende ensinar, deverá ser considerada um agente de ensino, mas a sua programação é a parte fundamental do ato de ensinar e programar, neste contexto, é função do professor (Hirst: 1971).
Bibliografia
Goulão, M.F. (2012). Ensinar e aprender em ambientes online: alterações e continuidades na(s) práticas docente(s). Em Moreira, J.A. e Monteiro, A. (orgs.) Ensinar e aprender online com tecnologias digitais. Porto: Porto Editora.

Hirst, Paul H. (1971). “What is Teaching”. Journal of Curriculum Studies, Vol. 3, Nº 1. 5-18, traduzido por Olga Pombo (s.d.). Acedido em 28 de dezembro de 2013 em www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/cadernos/ensinar/hirst.pdf

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