domingo, 17 de novembro de 2013

E porque hoje é domingo...


Diz a sabedoria popular que “a fé remove montanhas”. A analogia pode parecer estranha para o contexto, mas a verdade é que o tema do 1º fórum abriu as portas para professarmos a nossa fé ou a ausência dela, neste caso, nas Tecnologias da Informação e Comunicação.
Ao analisarmos os documentos disponibilizados e todas as intervenções no fórum, fica claro que apesar de toda a técnica e todo o equipamento disponível, existe ainda muita insegurança e falta de formação específica capaz de trazer algum refrigério às práticas das pobres almas de muitos discípulos do nosso tempo.
Resiste-se à tentação da mudança, afinal, a visão do paraíso deve ser coisa enganosa, coisa do “demo”…
No princípio era a WEB e quem navegava estava com Deus, porém, existia o medo dos falsos profetas e ninguém queria vender a sua alma por uma Web 2.0.
Deixai vir a mim a tecnologia! - diziam alguns. Afasta de mim este cálice! – gritavam outros. Houve ainda quem se limitasse a lavar as mãos.
Os homens de pouca fé só acreditaram porque viram, pois houve muitos peregrinos a cometer o pecado original, desafiando céus e terras e fazendo uso das mais diversas ferramentas: Blogue, Wiki, Podcast, YouTube, Flickr, Delicious, Dandelife, Popfly. Movie maker, Mapas conceptuais, Ferramentas Google…
Houve quem se sentisse tentado a negar três vezes o mestre, mas logo perceberam que o milagre só aconteceria pelas mãos e palavras dele. A boa nova era assim anunciada…
As oportunidades cresceram e multiplicaram-se, mas o que fazer com elas?
Pretende-se que elas sejam o pão nosso de cada dia, ou seja, que esteja presente de forma criativa, inovadora, dinâmica e contextualizada, pois a fé sem obras é morta e a semente deve cair em boa terra e dar bons frutos.
Mas como fazer para não cometer o pecado da gula?
Há que resistir, não vale a pena querer fazer o milagre da multiplicação de tarefas e se empanturrar de meios sem chegar ao fim. Há que fazer bom uso da semente, saber em que terreno semear.


Mas…se até o mestre descansou no sétimo dia, deixemos a liturgia e fiquemo-nos pela tecnologia.



As TIC em Contexto Educativo

Depois de explorar os vários documentos disponibilizados, considero que uma das mensagens a reter é a de que as novas tecnologias não vieram substituir o professor ou o ensino, dito tradicional. A complementaridade é a palavra-chave.
Toda a gama de ferramentas que hoje é colocada à disposição dos utilizadores constitui mais um recurso que, bem utilizado, poderá ajudar na construção do conhecimento “partilhado”. A grande questão que nos é colocada tem a sua génese no tipo de utilização que queremos ou podemos dar a esse manancial de recursos.
Fiquei convencida de que o sucesso na utilização das TIC, na educação, fundamenta-se em questões pedagógicas. A prática pedagógica deve ser repensada.
Não basta possuir os meios tecnológicos, precisamos utilizá-los de forma inteligente. Há que traçar objetivos de aprendizagem claros e exequíveis; definir competências que desejamos que os nossos alunos adquiram; selecionar as ferramentas adequadas à tarefa que pretendemos realizar.
Considero que o uso das tecnologias na educação deve fazer parte de uma prática situada, contextualizada e intencional. Quando se mudam as formas de aprender e ensinar, o recurso à tecnologia nasce de uma necessidade.
Se continuamos na “mesmice” das práticas obsoletas, corremos o risco de não ver qualquer utilidade na utilização dos recursos disponíveis, ou por outra, continuamos a fazer um mal uso das mesmas.
Há que trabalhar de forma colaborativa e não ter medo de arriscar ou parecer menos capaz perante os nossos alunos e colegas. Se houver insegurança, inicia-se a introdução das TIC com tarefas mais simples ou seguindo exemplos de boas práticas. Os exemplos são sempre úteis e pedagógicos, podemos aprender com eles e adaptá-los à nossa realidade.
É certo que não há receitas universais, fáceis e prontas a consumir. Cada qual deve descobrir a forma mais útil, mais eficaz e mais feliz, para si e para os seus alunos, de utilizar os meios que tem ao seu dispor.
As novas tecnologias, para além de se constituírem num recurso atrativo e indispensável, são ferramentas que acabam por ser utilizadas pela própria necessidade de dar resposta aos desafios que vão surgindo no trabalho do dia-a-dia.
O desafio é criar situações de aprendizagem em que os alunos se revejam e que o produto final tenha significado prático, situações que "obriguem" a uma utilização de várias ferramentas. É o aprender fazendo…
O que é preciso é “não perder o brilho dos inícios”.



Ferramentas da Web 2.0 para professores